Descompromissado

Não que eu não leve o choro a sério... mas acontece que eu costumo botar uma energia danada nas músicas que faço, sempre me sinto no compromisso de gerar algo relevante, algo que não seja em vão. Só que com essa música eu não pretendo ir com tanta sede ao pote, me permiti ter uma postura diferente. Olha, na verdade, eu gastei vários dias trabalhando nela, mas eu costumo ser muito mais cheio de critérios misteriosos na hora de decidir se uma música cai no esquecimento ou não (e normalmente a música vai pra lixeira hehe)... Ah, mas pra quê esse discurso se o nome já diz tudo, né!

Taí essa idéia, digo que ela tem futuro! Como a minha postura com ela é descompromissada, não admito pudores ao tratar dela, hein! Podem descer o sarrafo, meter o bedelho, inventar mais uma, duas, três, mil partes, interlúdio, introdução, fim, qualquer loucura, ou mesmo dar aquele trato especial e adequá-la ao que um chorão espera de um choro! Na forma atual ela não segue rigorosamente a forma de compor típica do gênero, mas tudo está feito de maneira leve, sem ânsia de ser esquisito ou pirar...

O nome foi dado pelo Kenny do bandolim, quando usei o adjetivo 'descompromissado' pra falar da música.

Favor ignorar o cavaco mal tocado...!

Decompositores, que tal entregar mais um choro ao mundo?


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ATUALIZAÇÕES:
18/3/8 - harmonia adicionada à partitura

Rima?

As crianças, os chatos e os cientistas (crianças chatas e cientistas chatos são regra... sorte que crianças não costumam ser cientistas!) adoram perguntar o que passa batido... pergunto: O que é a rima? Ela é costume ou necessidade?

Fragmento de O Verde Naquele Tempo, postado neste blog:

A Joaquina ainda está bonita
A Conceição parece que envelheceu
Os Ingleses foram invadidos
O que diziam ser progresso n'era não

São versos brancos (não há rimas), mas conferindo com o áudio não se sente a falta de algo. (Certo?)

Indo para o outro extremo, segue fragmento do Divisão de Bens,

Afanaste-me um duplo do Toquinho que eu vi
Tudo bem, eu tenho outros discos dele mais legais
Mas se o caso fosse o Nelson Cavaquinho, ai de ti
Ias descobrir o que o ódio faz!

"vi" com "ti" = rima rica. "ais" com "faz" = rima preciosa. Ê, mano Lolli, o homem-rigor!

Produzimos algumas rimas mequetrefes também, mas não preciso citar aqui hehe... quem quiser levar um tapa na cara, dá uma lidinha no blog "Filho de Vó", na postagem http://filhodevo.blogspot.com/2007/09/rima-prostituta-da-lngua.html. Muito bem escrito e esclarece algumas coisas!

Indo mais a fundo, Schöenberg teve uma boa sacada, algo do tipo "mais que a beleza, é importante na música a sua capacidade de ser entendida". Dá muito pano pra manga, hein? Não vou escarafunchar, basta dizer que a rima é um modo de a música fazer uma auto-referência, aumentando a sensação de entendimento por parte do ouvinte (eu diria, criando uma familiaridade com ele). Estrapolando, por que não pensar que todos os elementos musicais podem ser utilizados (tanto isoladamente quanto em conjunto) para criar essa familiaridade? Basta pensar no que se utiliza uma obra, conjunto ou movimento pra se fazer entender e apreciar por um público específico... e aí, a pergunta: deve a rima estar em um patamar privilegiado ou de obrigatoriedade frente ao vasto arsenal disponível pra cativar o apreciador? Eu não ponho minha mão no fogo... mas, por outro lado, se é pra rimar, que se faça direitinho (como pede o Filho de Vó).

Claro que arte não trata só disso. Apesar de essa observação já ser muito ampl e talvez mesmo resumir a criação artística na prática, a arte é livre. Agora... vai dizer que esse Schöenberg não teve altas idéia?

Fechando, extraído da Wikipedia: "... [a rima] não era conhecida pela poesia clássica latina. Este recurso poético, originário da língua árabe, só foi incorporado à poesia latina na Idade Média..."

O Verde Naquele Tempo

Essa marcha-rancho é pra gente levar no concurso do próximo carnaval, hein! Vamos ver quem saca o contexto!...

   Em                F#m7/b5
Há mais de dez dias atrás
      D7                  G7M
Se vendia o trabalho de bilhões
             Cm6 A7
E bilhões de a...nos
  D7
Naquele tempo

  Gm11           Cdim
Rapaz! Eu Nem te conto
  Em Em7M Em7  Em6   Am7
A gu....rizada bateu ponto
  D D/C   G/B Bbdim  Am7
E veio na rua pra gritar
D7
Vamos lá

(REFRÃO)
     Cm7    F7          Bb7M
A Joaquina ainda está bonita
G7/b9   Cm7     Ebm7          Dm  G7/b9
A Conceição parece que envelheceu
Cm7         C#dim     G     E7/b9
Os Ingleses foram invadidos
        Am7         D7           G
O que diziam ser progresso n'era não
    D7/9      G
E a caça, E a caça?
         F#dim
E a cassação...!
Am7           D7
Eu tinha vergonha
     G7M         C7M          B7 B/A B/G B/F#
Mas agora eu também tenho esperança

Em B7 volta ao início e depois Fdim
Am7        D7
Olha lá... Olha lá

A Joaquina ... 
            Am7         D#dim        Em
... O que diziam ser progresso n'era não

Estou ainda indeciso quanto à estrutura dela. Coloco mais letra? O que eu repito? O que eu não repito?

E então, colaboradores? Como disse o Felippe, apitem sobre tudo! Se no final ficar ruim não vão poder reclamar "Ah, mas se eu pudesse, fazia diferente!" hehe

O Lucas (aê, mano Lolli!) já tá de co-autor por sugestões...

Ah, o nome é provisório... vamos ver se a gente arranja um massa!



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Bate

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Agora a letra semi-conluída.... a letra antiga segue abaixo... escolham... opinem!!!!!!!

"Desculpe querido silêncio,
Não suporto mais este vicio
Pela tarde a vejo,
Pela noite desejo,
E ao acordar ela está ali em meu travesseiro.
-
Juro que tentei de tudo, mas, este vicio me sustenta,
Meus textos, também esta agüenta.
Sei que trai várias vezes com esta,
Não só você, nossa madrugada também!
-

Perdoem, se puderem!
É uma pequena de grande coração.
Uma daquelas donas de canção,
Que se fazem as mais belas na imaginação

-
É verdade parceiros,
ela esteve entre nós
Só não sintam ciúmes
ambos são meus faróis
E bem sabem que sozinho,
poema não vem
-
Mesmo que sente e escreva
é sempre o mesmo dilema
e ela me leva a partir,
vocês me deixam sonhar e sorrir
mas o ar que ela expira
inspira minha canção."

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(A ANTIGA LETRA)

Desculpe querido silêncio,
Não suporto mais este vicio
Pela tarde a vejo,
Pela noite desejo,
E ao acordar ela está ali em meu travesseiro.

Juro que tentei de tudo, mas, este vicio me sustenta,
Meus textos, também esta agüenta.
Sei que trai várias vezes com esta,
Não só você, nossa madrugada também!

Perdoem, se puderem!
É uma pequena de grande coração.
Uma daquelas donas de canção,
Que se fazem as mais belas na imaginação

Perdoem, se puderem!
Pois se um dia desejar loucamente me ver,
terei que partir e correr,
pois só ao vê-la andar já consigo viver

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Aí, Felippe! Como não dá pra colocar áudio nos comentários, tomei a liberdade de editar tua postagem pra pôr o áudio que segue abaixo (quem quiser fazer o mesmo em qqer postagem, pode falar comigo...). Logo coloco uma cifra aí, mas antes preciso saber o que o povo está achando da idéia...

Tiago, 26/08/2007 (caham!... Meu aniversário...)



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Os acordes atuais:

Introdução/interlúdios (mano Lolli, dá uma força porque sou pereba em harmonia...):

D6/A  D7M/A / Am Am(6/9)  (3x) (cifras certas???)
 o      o      o      o
  
x xxx 
x  
x  
  xxx x
  
   xx

Estrofes:

D / A5+/9+ / G6/A / Bbo / Bm7 / Bbo
    oo  o  o   o
   x     
    x    
D  x x Bbo Bm7 Bbo
    x    
        
        
    

No "também", entra um D7, ao invés de ir ao interlúdio (que começaria com um D6/A). Aí vem o refrão:

G7M / A7 / F#7 / Bm7 / E7 / Bm7 / E7 / A9 / Gm6 / D7
G7M / A7 / F#7 / Bm7 / E7 / Bm7 / E7 / A9 / Gm6 /

Tiago, 15/09/2007

O Quintupleto

O "Divisão de Bens" veio quase pronto. Como reza a definção deste blog, vale música em qualquer estágio, então coloco na mesa um idéia pra "choro" (cada um com suas definições...), mas com apenas uma parte pronta.

Eu gostei muito da idéia, mas ela ficou engavetada desde 2005. É uma homenagem ao "Quintupleto", um conjunto de breve existência formado por André Regolin (pandeiro), Diego Rosado (guitarra elétrica), Kenny Yuzo Mine (bandolim), Luiza Itokazu (flauta) e eu, Tiago (violão 6). Acabou rápido, mas a gente se dava muito bem!

Vamos ver quem encara essa, então! Quem quiser responder com áudio, partitura, etc., pode mandar um e-mail pra um de nós pra autorizarmos o interessado a postar no blog, ok? yarroo@yahoo.com , lucaslolli@yahoo.com.br , marcosmoritz@gmail.com

Mas vale apenas comentar também! Ponderem antes de se manifestar e sejam sinceros! Podem ser específicos, técnicos, subjetivos, como quiserem... a participação honesta de todos é nosso combustível!



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Divisão de Bens

Saudações a todos!
Aqui quem fala é Lucas Lolli, trazendo a público a primeira idéia de composição colaborativa deste maravilhoso blog (aliás, salve Mestre Tiaguera, autor desta magnífica idéia! =D).
Como somos decompositores muito ocupados, vamos direto ao assunto.
Seguem letra, cifra e áudio preliminar.

Áudio da versão final


Divisão de Bens
Mano Lolli e Mestre Tiaguera

Me levaste um bolachão do Martinho e um do Cartola
Que eu passei já pro HD, então, pra mim, não pega nada
Mas, se tentas pôr a mão no do Paulinho da Viola,
Aí, sim, dava porrada!

Surrupiaste o Jorge Ben mais a Bethânia e a Aracy
A Nara, a Ivone Lara... menos mal, ficou a Clara
E da Beth é bom, também, que a coletânia ainda tá aqui
Caso contrário, eu quebrava a tua cara!

Foste embora com o Paulo César Pinheiro, coisa feia
O Mauro Duarte, o Elton Medeiros, o Ary e o Dorival
Ainda bem, não foi o Roberto Ribeiro ou o Candeia
Pois, aí, quebrava o pau!

Afanaste-me um duplo do Toquinho que eu vi
Tudo bem, eu tenho outros discos dele mais legais
Mas se foges com o Nelson Cavaquinho, ai de ti
Ias descobrir o que o ódio faz!

A Elis, tô sossegado, dei pra ti de coração
Agora, o do Jobim foi desrespeito, sacanagem
Mas, como eu não sou tapado, escondi o Gonzagão
Já suspeito da tua melindragem

Do Sivuca escolheste apenas um e deste azar
Guardei dentro do caderno, a capinha foi vazia
Mas, do Baden se tocasses em algum, vou te contar
Até o inferno eu te perseguia!

O João Bosco e o Aldir Blanc ainda estão na prateleira
Só que o Francis e o Caetano, por aqui, ninguém mais viu
Mas o foda foi aquela coleção do João Nogueira
Sem falar no Gilberto Gil

Procurei mas não achei o meu acervo do Noel
Já o Nei Lopes tá seguro junto com o Wilson Moreira
Tua bênção é que eu sei güentar meus nervo, Deus do céu
Pois ia ser duro se eu perdesse as estribeira

Foi contigo, ainda lacrado, o Djavan, mas que favor
Nunca vi cara mais brega do que aquele na minha vida
Sorte tua ter deixado o Adoniran, ó meu amor
Porque, senão, tavas fudida

O Waldyr sei que ganhaste de presente de namoro
O Pixinguinha acho que também te dei de aniversário
Pelo menos não roubaste nenhum choro,
Só o Época de Ouro que eu ainda não achei no meu armário

Dos meus livros do Vinícius abdico, saravá
Já li tanto, as poesias estão todas na memória
Mas se ousasses encostar em algo do Chico... ha-ha-ha!
Não vivias pra contar a história!

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| C6 | Bº | Am7 | A7/C# A7(b13) |
| Em7(b5) | A7(b9) A7(b13) | Dm(7M) Dm7 | Fm6/Ab |
| F6/A | F#º | C/G | A7 |
| D7/9 | G7/9/13 | C6 | C7M |

| Gm7 | C7/9 C7/13 | F6/7M | |
| E7(b9) | E7/G# | Am7 | C/Bb |
| F7M/A | Fm(7M)/Ab | C7M/G | D7/A |
| G7/9 | F7/9 Eb7/9 | C7 | F7/9 |

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HISTÓRICO NO DECOMPOSITORES

Desde que foi postado, este samba sofreu as seguintes alterações:

- Mudança na ordem das estrofes
- Adição da terceira estrofe
- Melhoras na harmonia e parte da melodia
- Transposição (de lá para dó maior), lapidação da harmonia, duas novas estrofes - janeiro de 08
- Melhoras na letra - 17/08/08

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ATENÇÃO: gravação disponível da versão antiga (sem as últimas alterações e com vários erros).

De Compositores

Bem-vindo!

Esta é nossa maquininha de fazer música. Música de forma colaborativa!

Neste espaço as criações são postadas à vontade, não importa em que estágio se encontrem!

Sabes aquela música a qual nunca perdoaste o compositor porque ele usou tal palavra ao invés desta outra? Ou por causa daquela cadência harmônica brega ou então porque ele fez um bolero do que deveria ser um samba, uma balada do que deveria ser hardcore? Pois é, se o cara fizesse parte deste Grêmio de Compositores, a história seria diferente!!

Aqui toda hora vão aparecer arquivos de som, partituras, textos de obras ainda não acabadas, algumas já bem encaminhadas, outras recém-nascidas. E aí entra a tua participação. Podes avaliar a música, dar tua opinião, dar idéias, criticar, entrar em contato com o autor...

E mais! Nosso código de honra reza que todo mundo que tiver um palpite/alteração/etc que venha a ser utilizado na música final tem direito à co-autoria da mesma!! Somos mesmo muito genteboa!

Mas... porque ninguém pensou nisso antes??? Na verdade, certamente a idéia já deve ter percorrido muitas cabeças... "por que não tem gente pondo isso em prática" pode ser a pergunta mais interessante. E a resposta que me arrisco a compor agora é: por ego. Quer ego mais inflado que o de compositor? Pra que dar parceria pros outros? Pra que mostrar obras inacabadas e ainda correr o risco de alguém plagiar? Pois é, se a tua vontade de ver a arte crescer é maior que isso, muito boa sorte pra nós todos! Nasce aqui uma fábrica de música!

Talvez não te sintas à vontade quando criatividade é a pauta, mas não tem problema! Podes visitar a gente sempre que quiseres. E quando bater a inspiração ou surgir a crítica, compartilha conosco que vais te sentir cada vez mais em casa.

Um abraço de compositor